Quarta, 24 de Setembro de 2025
O Ministério da Saúde agora recomenda o acesso à mamografia, via Sistema Único de Saúde (SUS), para mulheres de 40 a 49 anos, mesmo sem sinais ou sintomas de câncer de mama. Segundo a pasta, essa faixa etária concentra 23% dos casos da doença, e a detecção precoce aumenta significativamente as chances de cura.
Anteriormente, a orientação era iniciar os exames a partir dos 50 anos.
A medida integra um conjunto de ações para aprimorar o diagnóstico e a assistência. A recomendação para mulheres a partir dos 40 anos é que o exame seja realizado sob demanda, em decisão conjunta com o profissional de saúde.
“A paciente deve ser orientada sobre os benefícios e desvantagens de fazer o rastreamento. Mulheres nesta idade tinham dificuldade com o exame na rede pública de saúde por conta da avaliação de histórico familiar ou necessidade de já apresentar sintomas”, informou o ministério em nota.
As mamografias via SUS em pacientes com menos de 50 anos representam 30% do total, o equivalente a mais de 1 milhão apenas em 2024.
Outra medida é a ampliação da faixa etária para o rastreamento ativo – mamografia preventiva a cada dois anos. A idade limite, antes 69 anos, agora é 74 anos. Dados do ministério mostram que quase 60% dos casos de câncer de mama estão entre 50 e 74 anos.
“A ampliação do acesso à mamografia aproxima o Brasil de práticas internacionais e reforça o compromisso com o diagnóstico precoce e o cuidado integral. O câncer de mama é o mais comum e o que mais mata mulheres, com 37 mil casos por ano”, reforçou a pasta.
Em 2024, foram realizadas cerca de 4 milhões de mamografias para rastreamento e 376,7 mil exames diagnósticos no SUS.
O ministério anunciou a oferta de 27 carretas de saúde da mulher em 22 estados pelo programa Agora Tem Especialistas, visando expandir o acesso a consultas, exames e cirurgias e reduzir o tempo de espera no SUS.
Após testes em Goiânia, as carretas seguirão para outros estados. A expectativa é realizar até 120 mil atendimentos em outubro, com investimento de R$ 18 milhões.
As unidades móveis oferecerão serviços como mamografia, ultrassonografia, punção e biópsia de mama, colposcopia e consultas médicas presenciais e por telemedicina.
Serão adquiridos 60 kits de biópsia, cada um com mesa de biópsia estereotática e equipamento de raio-X especializado, utilizando tecnologia de imagem 2D e 3D para maior precisão diagnóstica.
A partir de outubro, o SUS disponibilizará novos medicamentos para o tratamento do câncer de mama, incluindo o trastuzumabe entansina e inibidores de ciclinas (abemaciclibe, palbociclibe e ribociclibe) para casos avançados ou metastáticos.