Quinta, 07 de Agosto de 2025
Em um relatório recente, a organização não governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF) denuncia a violência direcionada e indiscriminada por parte das forças israelenses e grupos norte-americanos privados contra os palestinos em locais de distribuição de alimentos administrados pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF).
O documento pede o fim imediato da atuação da GHF na faixa de Gaza e a restauração do mecanismo de entrega de ajuda humanitária coordenado pela Organização das Nações Unidas (ONU).
O relatório intitulado 'Não é ajuda, é um massacre orquestrado', traz relatos dos horrores testemunhados pelas equipes dos Médicos sem Fronteiras em duas clínicas que receberam regularmente um grande número de vítimas da violência nos locais administrados pela GHF.
De acordo com os dados compilados entre 7 de junho e 24 de julho, foram admitidas 1.380 vítimas incluindo 28 mortos, nas clínicas de Al-Mawasi e Al-Attar, no Sul de Gaza, localizadas perto dos locais de distribuição administrados pela GHF.
Em quase 54 anos de operações, a ONG descreve que raramente testemunhou tais níveis de violência sistemática contra civis desarmados.
Em maio, as autoridades israelenses desmantelaram a resposta humanitária liderada pela ONU e a substituíram por um esquema militarizado de distribuição de alimentos operado pela GHF. Os quatro locais de distribuição administrados pela GHF estão em áreas sob controle militar total de Israel e 'protegidos' por seguranças privados norte-americanos armados.
Para a ONG, os locais não passam de um esquema mortal que institucionaliza a política de fome imposta pelas autoridades israelenses em Gaza, a partir de 2 de março, com o cerco total que impuseram ao enclave como parte da campanha genocida em curso.